Resistência Artística em Porto Alegre
Em dezembro de 2009, a Trupe Artemanha viajou a Porto Alegre com objetivo de estender sua pesquisa teatral e realizar intercâmbio com grupos que trabalham na cidade. E foi mapeando os cantos da Resistência Artística de POA que encontramos a ocupação artística no Hospital Psiquiátrico São Pedro (construção de 125 anos com estrutura de presídio) pelos grupos de teatro Oigalê, Povo da Rua, Falos e Stercus, Neelic e Caixa Preta, este último realizava o IV Encontro de Arte de Matriz Africana.
Marco de Castilhos, integrante do Povo da Rua e Vera Parenza integrante do Oigalê, receberam a Trupe e apresentaram os pavilhões ocupados.
O hospital continua funcionando e tem um espaço em comum a todos os internos, artistas e comunidade. Temporadas de espetáculos aconteceram no pátio, além da pesquisa desenvolvida por cada coletivo. Essa ocupação artística sofre pressão por parte do poder público.
O Artemanha compartilha desta luta pela utilização de espaços públicos ociosos e/ou privados, apoiando os grupos de Porto Alegre que, mesmo com despejos constantes, persistem em fazer um trabalho de resistência e revitalização do Hospital Psiquiátrico São Pedro. Este encontro foi o início de uma amizade e parceria artística e ideológica. Semelhanças nos processos de criação, meios de produção e um trabalho continuado de pesquisa e ação teatral com o intuito de ocupar a cidade e seus cantos com arte transformando a realidade imposta que aprisiona nossas mentes.
A Trupe Artemanha de investigação urbana da cidade São Paulo, apóia incondicionalmente os coletivos teatrais que ocupam artisticamente os pavilhões 5 e 6 do Hospital Psiquiátrico São Pedro.
Reforçamos que o poder público tem como dever manter projetos consistentes como esse, ao invés de tomar atitudes arbitrárias e covardes de desestabilizar grupos teatrais que fazem há mais 10 ANOS muito pela cidade.
